sexta-feira, 28 de novembro de 2008

As Minhas Leituras (I)

Acho que há poucos prazeres comparáveis à leitura, e tenho a certeza de que há muito poucos comparáveis à releitura de uma obra de que gostamos. O votar a tocar nas mesmas páginas, agora mais velhas e amareladas, o redescobrir a magia das palavras que outrora significaram algo de maior para nós, algumas que nos marcaram para sempre, o reinventar de um mundo exclusivamente nosso... sim, há poucas coisas como isso. É como um reencontro com velhos amigos, aqueles que não vemos durante muito tempo, mas que nos mostram os laços e sentimentos que permanecem ao mesmo tempo que lhes descobrimos novos contornos que o tempo foi traçando.
Por isso, resolvi partilhar pequenos pedaços desses mundos com aqueles que aqui me vêm ler.
Pancadinhas de Molière, comecemos então:

"Querida Francesca,
Aqui vão duas fotografias. Uma delas foi a que te tirei no campo ao pôr-do-sol. Espero que gostes tanto dela como eu. A outra é a de Roseman Bridge antes de eu tirar o bilhete que tu lá deixaras preso.
(...) Agora debato-me com outra pessoa dentro de mim. Embora me pareça que me exprimi melhor no dia em que nos separámos, quando te disse que havia uma terceira pessoa que tinhamos criado a partir de nós os dois. E agora estou condicionado por esse outro ser."


As Pontes de Madison County, 1992, de Robert James Waller

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

René Magritte

O meu pintor favorito (a par de Monet e Renoir), celebraria hoje 110 anos, se fosse vivo. René Magritte (21/11/1898 - 15/08/1967), foi um dos principais artistas do surrealismo belga.
As imagens valem (quase) sempre mais do que as palavras, por isso resolvi escolher alguns dos meus quadros preferidos do senhor.

La Condition Humaine, 1933, Óleo sobre tela

L'Empire des Lumières, 1954, Óleo sobre tela


Le Domain d'Arnheim, 1962, Guache sobre papel

domingo, 16 de novembro de 2008

Shall We Dance

Há dois filmes que me marcaram muito até hoje, aliás há muitos, mas hoje encontrei um ponto em comum entre estes dois. São eles Stepmom (Lado a Lado) e One True Thing (Podia-te Acontecer) e hoje enquanto revia o primeiro descobri que apesar de serem histórias que nos podem fazer chorar até ao fundo da alma, ambos têm uma cena deliciosa e muito igual de certo modo, uma cena capaz de encerrar todos os restantes momentos do filme num quadro quase perfeito e revelar tudo o que está por acontecer. Pelo valor emocional e visual, e sobretudo pela sua simplicidade, tornaram-se em duas das minhas cenas preferidas do cinema.
Delightful é a única palavra que me ocorre para as descrever e hoje apeteceu-me mesmo partilhá-las. Aqui ficam.

Nota: Curiosamente, os filmes são do mesmo ano, 1998.

Stepmom


One True Thing

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Preciso de ajuda!

Tenho uma questão. Uma questão muito importante.
Portanto, estão a ver aquela tralha informática que se acumula algures numa caixa ou num canto poeirento, tipo ratos que já não funcionam, teclados que funcionam mas são do tempo da Maria Joaquina, carregadores de telemóveis que já nem sequer existem ou porque foram roubados ou porque qualquer outro infortúnio lhes sucedeu? Pois bem, meus amigos, a minha dúvida é...
ONDE SE DEITA FORA ESSA TRALHA?
Partindo de um príncipio ecológico e amigo do ambiente, suponho que não seja no lixo normal, ora muito bem, ENTÃO ONDE É??
Tenho toda uma pequena montanha que se acumula e que me está a deixar nervosa, extremamente nervosa.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Dia de São Martinho

Chegaram o frio, as castanhas quentinhas (e boas), o cheiro a Inverno, as folhas que caiem das árvores escurecidas pelo tempo que passou, as caras rosadinhas, os sorrisos escondidos por entre os cachecois enquanto os olhos cintilam ao verem as luzes de Natal que também hoje se acendem.
Hoje é a Festa da Castanha aqui em Oeiras e EU VOU lá estar!!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Adeus, Milú!

Maria de Lurdes de Almeida Lemos
24 de Abril de 1926 - 5 de Novembro de 2008

Milú - A Minha Casinha

Eleições Norte-Americanas

"We're on the verge baby, we're on the verge... Some big changes..."
HOPE SO!

EDIT:
Well done, Obama!
Eu cá gosto dele, e até que me provem o contrário, todos têm o benefício da dúvida.
Some big changes…

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Eu bem disse para irem ver!

Ainda sobre o filme Mamma Mia!, vi, revi, adorei, cantei, continuo a cantar, vi no YouTube entrevistas e conferências de imprensa sobre... ok! Para mim, uma das grandes surpresas deste ano no cinema. Quando vi o trailer pensei "Boa, é muito giro mas o filme inteiro não deve passar disto", felizmente enganei-me e parece que não fui a única a gostar. O filme de Phyllida Lloyd já é o mais visto de SEMPRE no Reino Unido, contrariando muitos críticos (note to self: pseudo-intelectuais) que não souberam compreender nada do que ali se passou durante duas horas.
Claro que não é um filme para receber um Óscar, claro que não é um filme com uma história profundíssima, claro que não é um filme sobre o qual tenhamos que meditar durante muito tempo. Se vão à procura de uma coisa assim este não é o tipo indicado, de todo.
Como li algures, é um filme karaoke. Uma pessoa entra na sala, senta-se, vê o filme, canta com os actores, tem vontade de se levantar e dançar, solta umas valentes gargalhadas e no final sai da sala com um sorriso de orelha a orelha. Era essa a intenção de Mamma Mia!, entreter, divertir. E numa altura em que o assunto é única e exclusivamente a crise, em todo o mundo, este ensemble de músicas com as magníficas paisagens das ilhas gregas e uma história daquelas que todos nós sonhamos pelo menos uma vez na vida, foi uma lufada de ar fresco e ficará para a posteridade precisamente por essa razão.
O argumento, já o disse, é fraquinho, mas no contexto do filme, é provavelmente o que menos importa. A ideia, por sua vez, foi de génio, mérito da inglesa Catherine Johnson, também criadora do guião para peça homónima da Broadway, já vista por milhões de pessoas, incluindo aqui em Lisboa. Conseguir criar uma história a partir das músicas de uma única banda, a meu ver, é uma grande ideia! Até porque, se alguém não conhecesse os Abba poderia mesmo dizer que aquelas músicas foram feitas para criarem uma narrativa, para se interligarem umas com as outras, mas não, não me parece que Bjorn, Benny, Agnetha e Frida estivessem muito preocupados com isso nos seus áureos anos 70.
A par do grande cenário e das melodias que insistem e persistem na nossa cabeça, há grandes interpretações que tornam o filme hilariante, e nisto, vá lá, os críticos estão de acordo.
Meryl Streep, o que dizer? É mesmo capaz de fazer o que quiser, cada filme onde a vemos é uma nova e feliz surpresa. A actriz de 59 anos interpreta o papel de Donna, que supostamente terá uns 40. Pergunto eu, notam a diferença de idade? Não, não notam. Aliás mexe-se como se tivesse...vinte! E já a tinham visto cantar? Pois é, canta e canta muito bem! Do estilo de arrepiar quando as frases são The Winner Takes It All, e como!! Se dúvidas restassem, aí está, Meryl Streep a mostrar porque é considerada por muitos a melhor actriz do seu tempo (ou de sempre).
Mas há mais, curvemo-nos perante Christine Baranski e, sobretudo, perante Julie Walters. Também não estamos habituados a vê-las neste registo e aí estão elas, a roubarem-nos as mais sonoras gargalhadas do filme... e também cantam!!
Os homens são Pierce Brosnan, Colin Firth e Stellan Skarsgard. O primeiro, enfim, apesar da duvidosa capacidade vocal, mantém-se como um senhor ao longo de todo o filme. O eterno Mr. Darcy, igual a sempre, também não canta muito mas apetece-nos cantar com ele e trazer tb a Bridget Jones. O terceiro, apagadito, não se dá muito por ele na verdade. E por fim, as duas revelações, Amanda Seyfried, que tem uma voz descomunal mas um longo caminho a percorrer, ou em benefício da dúvida, talvez fosse apenas o entusiasmo do seu primeiro filme, por vezes extremamente exagerado... e Dominic Cooper, que, igualmente, canta muito, mas como actor ainda está só na fase de gatinhar.
Conclusão, se estiverem num mau dia, vejam Mamma Mia!, vai melhorar, se estiverem num dia bom, vejam Mamma Mia!, vai melhorar também! É um filme de Verão sim senhor, mas também é um filme de Inverno, daqueles que nos apetece ver dentro de uma manta enquanto chove torrencialmente lá fora.

Para acabar, só isto, de se lhes tirar o chapéu:

domingo, 2 de novembro de 2008

Nova época do Berloque

Com Novembro, o frio e as castanhas chega também a nova época do Berloque, hoje oficialmente reaberta! Ainda com algumas alterações por fazer, é certo, outras alterações já feitas mas ainda em "fase de fermentação cerebral"... O que é certo é que em fase de muitas mudanças, o meu Berloque está de volta e de carinha renovada.
Estava cheia de saudades de escrever aqui!!!

PS. Agora estava aqui tão concentrada que nem me apercebi que devo estar há uns 20 minutos a ouvir o Domingo Desportivo...