Isto de ser aluna de Artes do Espectáculo na FLUL lá vai tendo uma ou outra vantagem e a última foi termos sido convidados para assistir ao ensaio geral da peça Tanto Amor Desperdiçado, de William Shakespeare, que estreia amanhã no Teatro Nacional D.Maria II.
Para ser sincera, nunca fui grande fã das peças que vi no D. Maria, pelo contrário, cheguei a ter pensamentos muito obscuros acerca daquele teatro :P Para mim era inconcebível um teatro nacional apresentar peças de tão baixo nível e que, na minha modesta opinião, assassinavam qualquer beleza que o teatro português pudesse ter.
Ontem resolvi dar o benefício da dúvida (mais uma vez) e ir assistir à referida peça. O que tenho a dizer é: ainda bem que fui. O espectáculo é uma co-produção entre o Teatro Nacional e a Companhia francesa La Comédie de Reims, dirigida pelo encenador Emmanuel Demarcy-Mota e o resultado é uma peça envolvente, cómica, melodiosa, bonita.
Do texto pouco há a dizer, apesar de ser um dos menos conhecidos de Shakespeare, basta ouvir as primeiras deixas para percebermos quem as escreveu. É cómico, profundo e inteligente como nenhum outro.
Gostei do cenário, simples, diferente, directo, com o público mesmo ali ao lado, pisando o mesmo chão que os actores. E os actores, alguns deles já nos habituaram à boa representação, outros menos conhecidos, foram uma boa surpresa, é de facto um elenco digno de uma peça de Shakespeare.
Por fim, gostei das opções de encenação, do bilinguismo, da harmonia que se cria (depois de um primeiro impacto) entre o português e o francês, de duas culturas que se cruzam, que se confrontam e por fim se entrelaçam numa só voz.
2 comentários:
que grande seca. Comédia? onde?
cadeiras desconfortáveis pra caraças e uma encenação marcada pelo texto entre o declamado e o cantado. Energia a mais para resultado tão puco surpreendente.
Dani! Vim ter ao teu blogue pelo google! (estou a ver se pesquiso kk coisa para escrever a critica sobre isto... não está a correr mto bem) :P
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