segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Noites de Verão

Vou te contar...
Numa noite de Agosto das melhores que este ano já viu, alguém se lembrou de um lugar encantado, ali mesmo à beira-mar, onde a terra abraça o oceano. Ali mesmo, onde para além da noite apenas se ouvem as ondas a bater nas rochas e se vêem estrelas cadentes mergulharem por cima de nós.
Ao fundo, ouvia a melodia do Wave no saxofone, que acompanhava tudo o que era perfeito naquela noite e balbuciava:
Da primeira vez era cidade
Da segunda o cais da eternidade
Agora eu já sei da onda que se ergueu no mar
E das estrelas que esquecemos de contar...
Não me esqueci de as contar, mas as estrelas conseguem envolver-se com a música estender-se sobre nós como milhões de pontinhos luminosos que se acendem no céu e cintilam ao sabor dos nossos pensamentos. É aí que pensamos nas pessoas que estão longe, é aí que pensamos em quem já cá não está, é aí que pensamos no que construímos e no que o tempo foi destruindo.
O resto é mar, é tudo o que eu não sei contar...
O barulho do mar parece querer trazer-nos de volta à realidade, luzes do farol reflectidas na água lembram-nos do nossos portos de abrigo. Mais tarde, o fogo-de-artifício da baía vem-nos saudar e comemorar tudo isso que há de tão bonito, que
os olhos não podem ver e só o coração pode entender.
Esse mundo de coisas invisíveis aos olhos, como dizia o Principezinho, que se mostra em sítios e noites como aqueles. Afinal, aqui mesmo ao pé da cidade, há tantos lugares encantados...
Vou te contar...

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