sexta-feira, 28 de novembro de 2008

As Minhas Leituras (I)

Acho que há poucos prazeres comparáveis à leitura, e tenho a certeza de que há muito poucos comparáveis à releitura de uma obra de que gostamos. O votar a tocar nas mesmas páginas, agora mais velhas e amareladas, o redescobrir a magia das palavras que outrora significaram algo de maior para nós, algumas que nos marcaram para sempre, o reinventar de um mundo exclusivamente nosso... sim, há poucas coisas como isso. É como um reencontro com velhos amigos, aqueles que não vemos durante muito tempo, mas que nos mostram os laços e sentimentos que permanecem ao mesmo tempo que lhes descobrimos novos contornos que o tempo foi traçando.
Por isso, resolvi partilhar pequenos pedaços desses mundos com aqueles que aqui me vêm ler.
Pancadinhas de Molière, comecemos então:

"Querida Francesca,
Aqui vão duas fotografias. Uma delas foi a que te tirei no campo ao pôr-do-sol. Espero que gostes tanto dela como eu. A outra é a de Roseman Bridge antes de eu tirar o bilhete que tu lá deixaras preso.
(...) Agora debato-me com outra pessoa dentro de mim. Embora me pareça que me exprimi melhor no dia em que nos separámos, quando te disse que havia uma terceira pessoa que tinhamos criado a partir de nós os dois. E agora estou condicionado por esse outro ser."


As Pontes de Madison County, 1992, de Robert James Waller

4 comentários:

l00ker disse...

"...Num mundo cada vez mais insensível, todos vivemos cobertos por carapaças contra a sensibilidade. Não sei bem onde acaba a grande paixão e começa o sentimentalismo. Mas a nossa tendência para a ridicularizar aquela e para classificar como piegas sentimentos genuínos e profundos, dificulta a entrada no campo da delicadeza, tão necessário para compreender a história de Francesca Johnson e Robert Kincaid.
...Se, contudo, abordarem o que se segue renunciando momentaneamente à incredubilidade...estou certo de que sentirão o que eu senti. Nas zonas indiferentes dos vossos corações, poderão encontrar, tal como Francesca Johnson, um lugar para voltar a dançar."

Excelente livro, magnífico filme! ;)

Daniela Lopes Moura disse...

l00ker, foram precisamente essas as frases que escolhi para por ali na barrinha do lado direito na parte "O meu livro do momento diz assim" ;) Deve ser, provavelmente, o que melhor resume aquilo que se encontra no resto do livro.
Não há palavras que cheguem, é preciso ler/ver para entender e, quem sabe, abrirmos os nossos corações da mesma maneira que as maravilhosas personagens desta obra.

l00ker disse...

sorry :$ nem tinha reparado! eheheheh..foi a emoção do momento ;)

Sabes que hoje em dia não consigo conceber esta história e dissociar a dupla Eastwood/Streep. Penso que a escolha dos actores e a direcção do filme não podia ter caído em melhores mãos. Eastwood (por detrás da figura proeminente de último cowboy vivo da 7ª arte, chamemos-lhe assim, está um enorme actor/realizador) consegue transmitir emoções como poucos.

bjinho.

Anónimo disse...

Minha cara Dani,

Sabes o que este texto (e filme) provocam em mim. Quando aqui passei e li o que aqui estava, as lagrimas vieram a superficie. Assim deixo-te aqui um grande beijo e um obrigada pela recordação que me leva a mais uma vez rever este filme.