segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Eu bem disse para irem ver!

Ainda sobre o filme Mamma Mia!, vi, revi, adorei, cantei, continuo a cantar, vi no YouTube entrevistas e conferências de imprensa sobre... ok! Para mim, uma das grandes surpresas deste ano no cinema. Quando vi o trailer pensei "Boa, é muito giro mas o filme inteiro não deve passar disto", felizmente enganei-me e parece que não fui a única a gostar. O filme de Phyllida Lloyd já é o mais visto de SEMPRE no Reino Unido, contrariando muitos críticos (note to self: pseudo-intelectuais) que não souberam compreender nada do que ali se passou durante duas horas.
Claro que não é um filme para receber um Óscar, claro que não é um filme com uma história profundíssima, claro que não é um filme sobre o qual tenhamos que meditar durante muito tempo. Se vão à procura de uma coisa assim este não é o tipo indicado, de todo.
Como li algures, é um filme karaoke. Uma pessoa entra na sala, senta-se, vê o filme, canta com os actores, tem vontade de se levantar e dançar, solta umas valentes gargalhadas e no final sai da sala com um sorriso de orelha a orelha. Era essa a intenção de Mamma Mia!, entreter, divertir. E numa altura em que o assunto é única e exclusivamente a crise, em todo o mundo, este ensemble de músicas com as magníficas paisagens das ilhas gregas e uma história daquelas que todos nós sonhamos pelo menos uma vez na vida, foi uma lufada de ar fresco e ficará para a posteridade precisamente por essa razão.
O argumento, já o disse, é fraquinho, mas no contexto do filme, é provavelmente o que menos importa. A ideia, por sua vez, foi de génio, mérito da inglesa Catherine Johnson, também criadora do guião para peça homónima da Broadway, já vista por milhões de pessoas, incluindo aqui em Lisboa. Conseguir criar uma história a partir das músicas de uma única banda, a meu ver, é uma grande ideia! Até porque, se alguém não conhecesse os Abba poderia mesmo dizer que aquelas músicas foram feitas para criarem uma narrativa, para se interligarem umas com as outras, mas não, não me parece que Bjorn, Benny, Agnetha e Frida estivessem muito preocupados com isso nos seus áureos anos 70.
A par do grande cenário e das melodias que insistem e persistem na nossa cabeça, há grandes interpretações que tornam o filme hilariante, e nisto, vá lá, os críticos estão de acordo.
Meryl Streep, o que dizer? É mesmo capaz de fazer o que quiser, cada filme onde a vemos é uma nova e feliz surpresa. A actriz de 59 anos interpreta o papel de Donna, que supostamente terá uns 40. Pergunto eu, notam a diferença de idade? Não, não notam. Aliás mexe-se como se tivesse...vinte! E já a tinham visto cantar? Pois é, canta e canta muito bem! Do estilo de arrepiar quando as frases são The Winner Takes It All, e como!! Se dúvidas restassem, aí está, Meryl Streep a mostrar porque é considerada por muitos a melhor actriz do seu tempo (ou de sempre).
Mas há mais, curvemo-nos perante Christine Baranski e, sobretudo, perante Julie Walters. Também não estamos habituados a vê-las neste registo e aí estão elas, a roubarem-nos as mais sonoras gargalhadas do filme... e também cantam!!
Os homens são Pierce Brosnan, Colin Firth e Stellan Skarsgard. O primeiro, enfim, apesar da duvidosa capacidade vocal, mantém-se como um senhor ao longo de todo o filme. O eterno Mr. Darcy, igual a sempre, também não canta muito mas apetece-nos cantar com ele e trazer tb a Bridget Jones. O terceiro, apagadito, não se dá muito por ele na verdade. E por fim, as duas revelações, Amanda Seyfried, que tem uma voz descomunal mas um longo caminho a percorrer, ou em benefício da dúvida, talvez fosse apenas o entusiasmo do seu primeiro filme, por vezes extremamente exagerado... e Dominic Cooper, que, igualmente, canta muito, mas como actor ainda está só na fase de gatinhar.
Conclusão, se estiverem num mau dia, vejam Mamma Mia!, vai melhorar, se estiverem num dia bom, vejam Mamma Mia!, vai melhorar também! É um filme de Verão sim senhor, mas também é um filme de Inverno, daqueles que nos apetece ver dentro de uma manta enquanto chove torrencialmente lá fora.

Para acabar, só isto, de se lhes tirar o chapéu:

1 comentário:

Susana disse...

Hmmm... agh... hmm... BUAAAAA! Ainda não pude ver, porque ainda não estreou em Angra... :\
Mas o sr do cinema já me prometeu que até ao fim de Novembro o filme chega cá...